sábado, 25 de janeiro de 2014

O espelho que há no Meco


 As Praxes.
Nunca comprei traje académico. Lisboa não era em 1989 o que eu sabia existir em Coimbra, pois por felicidade tive um cunhado e uma irmã que me levavam à festa académica de Coimbra. Uma festa de gente feliz que respeitam e se orgulham de fazer parte de um grupo académico. Tive um Padrinho e fui praxada. Diverti-me. Nunca pensei muito nisso, apenas fazia parte. Ganhei bons amigos, até hoje. Nada mais…

A Humilhação.
Haverá sempre gente, conhecidos por Os merdas, que vivem à custa de outras gentes que algures no seu percurso de crescimento não lhe foi ensinado que os limites ao respeito por nós próprios são base fundamental na relação com os outros.

A História ensina-nos que os déspotas existem. Funcionam. Arno Gruen explica tudinho… para quem tiver interesse em saber. Deixo uma dicas : “ser obediente significa ser bom, e ser bom significa ser responsável”. Ser livre, no entanto, significa desobediência, e quem é desobediente provoca desgosto e candidata-se a perder a proteção dos poderosos, ou a hipóteses de participar do seu poder”  ou  “ A fixação no poder e a necessidade doentia de ser poderoso fazem muitas vezes que cheguem ao poder justamente aqueles cujo vazio interior é maior”  ou ainda “é de manipulação que se trata (…) convencer o parceiro de que agem, pensam e sentem de uma forma adequada. São estas as pessoas que quero apresentar como as realmente loucas entre nós” em A Loucura da normalidade.

As generalizações.
Não as aceito. Temo-as. São geralmente úteis para este tipo de gente. Há claramente exceções e miúdos com graça e respeito pelos outros no caminho académico. Existem e podemos encontra-los em várias universidades deste país.

O Meco e Portugal
Não eram crianças. Tinham 23, 24, 25…. O que se passou talvez nem saberemos nunca. Mas se o caso foi a aceitação da humilhação por parte dos mesmos com esta idade, talvez nos devamos questionar o que andamos a ensinar aos nossos filhos. Há uma nação inteira a ser humilhada nos seus direitos adquiridos e nós os séniores, adultos, maduros whatever …não estamos simplesmente a deixar que aconteça? Afinal o que é o Meco? Não seremos todos nós?
Todos os dias dizemos baixinho: “antes que me atinja a mim, o melhor é manter-me e fazer de conta… “

Não terá sido isto que os miúdos no Meco fizeram? Não acredito que alguém goste de ser humilhado, mas o medo de ser rejeitado é inevitavelmente maior.
E é aqui que nós, sociedade, devemos intervir. Aprender e ensinar a viver com o facto de não sermos aceite, de sermos diferente, de pensarmos diferente. Nas escolas, em casa, na família. Como parte curricular e obrigatória. Não recear a rejeição, mas sim aceitá-la como parte da construção da nossa individualidade. Qual a origem de não procurarmos legitimar a nossa verdade, sem clonar a nossa identidade?

O Meco somos todos nós, em todas as vezes que nos traímos para agradar alguém.

terça-feira, 5 de março de 2013

Voltar a mim.



Voltar aqui é voltar a mim.

A descoberta, a tranquilidade e a paz.
Como se à minha volta tudo começasse a fazer sentido e as buscas satisfaçam a procura. Há uma espiral, que nos faz simplesmente deixar ir... e essa uma vez vivida, permanece.

Parece sussurrar: aceita...
Nem sempre este caminho surge nestas côres, mas para já está colorido. Denso de energia.

Deixa-te levar... respira... aceita...confia e sorri.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

E foi assim



Nazarena na história, pequenita e mascarada.

Amigos que estão, outros que não estão, grupos que se abrem e fecham entre várias vidas.
A beleza da maturidade, o cansaço da saber mais e porquê. O ano encerra, com passos dados e redes deslaçadas. Mais escolhas, mais certeiras, mas ainda com desilusão. A sacana da expectativa que não larga a emoção. A estrada mantém-se, e Natal não é isto. Nem sei o que é, só o facto de ter de ser, apressa-me os sentidos e baralha-os. E não há volta que não páre no mesmo sítio.

Mais luz, mais vontade e mais tempo de qualidade. Obrigada.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Olhar de frente



Então vamos lá. Nesta azáfama das festividades, entre o espaço que dedicamos aos outros e o que o sobra para nós, vai uma diferença substancial. Parece que Natal é isso mesmo, ainda que depressa nos coloquemos na posição de cumpridores de rituais e deveres, em prol da verdadeira origem desta festa. Nada de novo.

A perspectiva. Não julgo que seja da idade e/ou maturidade ou falta dela, mas de facto pouco aprendemos. O que damos e recebemos continua a ser na linha do oco e do vazio. Difícil é decidirmos retirar do nosso bem-estar sobejamente conhecido, para algo controverso e desconhecido. Tudo sempre no sítio para que não nos falte nada, na sórdida falta do essencial.

A vontade mudar. Por esta altura, nestes primeiros dias há sempre algo a que proponho a modificar, a não repetir, a melhorar. Eu e mais uns tantos. Uns conseguimos, outros nem por isso … o que leva aos que não conseguem, agarrar com unhas e dentes esta crise que nos invade os comportamentos. E aqui tendemos a regredir ainda mais. A mudança sujeita ao escrutínio do sucesso e/ou insucesso…

Ensinar e dar o exemplo. Apenas agir diferente para que possamos criar gerações com outras competências e valores. (sem juízo de valor) Este sem dúvida da minha experiência pessoal o mais difícil…

As relações. Formais, pessoais, familiares, virtuais. Tudo num bolo quase único onde as pessoas hoje pouco conhecem da linha ténue que separa estas formas de relacionamento. Prosseguem para não parar. Fazer parte ou nem por isso. Como nas empresas.

A vida. É magnífica, reluzente, energizante e com tanto para nos dar se nos propusermos a olhar para ela de frente. E eu espero para 2011 continuar acompanhada (felizmente) por quem também (me) vê assim. 

Votos de um excelente ano 2011

terça-feira, 15 de junho de 2010

um dia



...vou ser assim como tu. vou entender as palavras que dizes e desejar conseguir. um dia, vou ser mãe e entender que afinal nada mudou. um dia, vou ficar criança e ter sempre a liberdade de poder ser, sem mais nada. Um dia vou perder o medo das aranhas e aí vou ser finalmente corajosa.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Vem aí o calor !



*HAPPY*

Faz-me falta o calor. Adoro frio, chuva e uma boa lareira... mas reconheço que este ano faz-me falta o calor, o sol, as temperaturas altas e as janelas abertas à noite...

Fazem-me sorrir.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Pronta e em forma !




Hoje ligaram-me do Registo de Dadores de Medula Óssea. Parece que sou uma das potenciais dadoras compatíveis (entre outros) para um doente em Portugal.

Talvez nem seja eu a dadora seleccionada, mas hoje não consigo de deixar de pensar neste doente que concerteza dependerá de quem possa dizer : sim, continuo interessada em ser dadora e estou disposta a avançar com os testes que necessitam.

Não imagino o que será a Vida de alguém depender por um lado, de uma base de dados limitada e por outro da vontade dessa pessoa avançar com o processo.

Talvez esta não seja a a fase em que estou em melhor forma, mas deve ser por mesmo por isso que recebi este telefonema. Ainda assim, e seja qual for o seguimento desta história, vou ficar pronta e em forma. :)